"Não tenho força física, mas as minhas palavras ferem mais do que espada. E as feridas são incicatrizáveis”
"Enquanto escrevo vou pensando que resido num castelo cor de ouro que reluz na luz do sol.
Que as janelas são de prata e as luzes de brilhantes.
Que a minha vista circula no jardim e eu contemplo as flores de todas as qualidades"
"O meu sonho era andar bem limpinha, usar roupas de alto preço, residir numa casa confortável, mas não é possível. Eu não estou descontente com a profissão que exerço. Já habituei-me andar suja. Já faz oito anos que cato papel. O desgosto que tenho é residir em favela"
"Manuel apareceu dizendo que queria casar-se comigo. Mas eu não queria porque já estou na maturidade. E depois, um homem não há de gostar de uma mulher que não pode passar sem ler. E levanta para escrever. E que deita com o lápis e papel debaixo do travesseiro"
"… Sentei ao sol para
escrever. A filha da Silvia,
uma menina de seis anos,
passava e dizia:
-Está escrevendo, negra
fidida!
A mãe ouvia e não repreendia.
São as mães
que instigam. "
"E eu cheguei a conclusão
que tudo que êxiste no
mundo, é imposto pelos
brancos. Êles é quem cultivam
o preconceito. Tem
branco que diz que sou
orgulhosa. Eu não sou
orgulhosa o que eu não
gosto é de pêssoas mentirosas,
inferiores."
Livros publicados:
Casa de alvenaria (1961),
Provérbios (1963)
Pedaços da fome (1963)
Diário de Bitita (1982).*
Meu Estranho diário(1996)*
Quarto de Despejo (1960)
Carolina Maria de Jesus
Sacramento;Minas Gerais
Brasil
1914/1977
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